EXCLUSIVO: Único banido na história do futebol brasileiro estuda para ter a profissão de Lula

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Único banido na história do futebol brasileiro estuda para ter a profissão de Lula

Rafinha foi eliminado em 2008 por suspeita de fraude na Série C e absolvido cinco meses depois. Ele tentou voltar à carreira, mas desistiu por considerar o futebol "sujo". Hoje trabalha em uma metalúrgica e sonha ser torneiro mecânico.

Marcel Rizzo
Local de trabalho
Fachada da metalúrgica na qual Rafinha trabalha na beira da rodovia Washington Luiz

Único atleta banido do futebol na história do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Rafael Rodrigues Fernandes, conhecido como Rafinha, desistiu da carreira aos 22 anos mesmo depois da punição ser revertida. O ex-volante do Toledo-PR jogou pouco mais de um ano após a absolvição, em janeiro de 2009, mas diversos problemas o fizeram pendurar as chuteiras - atualmente trabalha em uma metalúrgica no interior de São Paulo. O iG relata a história do garoto que foi usado como exemplo para a mudança da legislação desportiva, que hoje não prevê mais banimento direto mesmo nos casos mais graves.

“Não tenho vontade de voltar, só se for uma proposta sensacional, e mesmo assim vou pensar muito. Tem muita sujeira no futebol e não falo só do caso do julgamento. É salário atrasado, pressão para jogar bem. Depois de tudo o que aconteceu fui lá pra baixo, fiquei desanimado. Agora quero estudar”, disse Rafinha na casa de seus pais, na Cohab 3, bairro pobre de Mirassol – cidade a 450 km de São Paulo, onde mora desde que deixou Toledo, em abril de 2010.

Marcel Rizzo

Rafinha posa na frente da casa dos pais, em Mirassol. Vida do garoto mudou drasticamente depois do banimento

Rafinha foi condenado pelo pleno (última instância) do STJD, em agosto de 2008, com base no artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (proceder de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de alterar resultado de competição). Segundo a procuradoria, o jogador confirmou em entrevista que o empate entre Toledo e o Marcílio Dias-SC, pela Série C do Brasileiro daquele ano, foi combinado.

A própria procuradoria admitiu depois que a punição foi exagerada e aconteceu apenas para que o jogo fosse repetido – por isso houve um terceiro julgamento e a absolvição de Rafinha. O artigo 275 foi extinto um ano depois, e o caso do volante, usado pela comissão que fez alterações no CBJD, em dezembro de 2009, como exemplo para argumentar que banimento é algo extremo. Atualmente, um atleta não pode ser eliminado, termo jurídico usado, na primeira condenação, apenas em caso de reincidência (ouça a polêmica entrevista e veja mais sobre a mudança na legislação).

De Rafinha a Fernandes

A eliminação foi o início do fim da carreira de Rafinha. Mas ajudaram na decisão de parar as duas lesões que sofreu depois da absolvição, uma no púbis e outra no tornozelo (esta operada pelo Sistema Único de Saúde, o SUS), ficar sem receber salário (ele processa o Marília, clube para qual foi emprestado em 2009) e a pressão de diretoria e torcida do Toledo para voltar a jogar como antes. A gota d’água foi ter de mudar o apelido com o qual sempre foi conhecido.

“Isso me derrubou de vez psicologicamente. Para tentar me vender, eles (diretoria do Toledo) me fizeram mudar de apelido para possíveis interessados não associarem com o jogador que foi eliminado. Não era mais o Rafinha, era o Fernandes, que é um dos meus sobrenomes. Dentro de campo todo mundo me chamava de Rafinha, mas para fora era o Fernandes. Eu não queria mais ficar lá em Toledo nessa situação, mas eles me forçavam a permanecer para tentar me vender. De tanto que insisti, resolveram me liberar”.

Ele fez as malas, deixou para trás a noiva Lady e voltou para a casa dos pais em Mirassol, cidade de 55 mil habitantes onde nasceu e que chama a atenção pela quantidade de empresas que possui uma após a outra, na beira da rodovia estadual Washington Luiz.

“Aqui em Mirassol você passa na rua e te laçam para você trabalhar, tem muita empresa e pouca gente disposta a aceitar. Por isso não foi difícil arrumar emprego quando larguei o futebol”. Antes disso, e ainda indeciso sobre o futuro, ele fez um teste no Ituano, clube da elite do futebol paulista, logo que retornou a São Paulo. “Não me esforcei muito para passar. Já fui profissional, ter que fazer “peneirão” não dá. Fui desanimado e não joguei bem”.

O encontro com a reportagem foi marcada para depois do expediente na Vitralfer, empresa na qual o garoto dá expediente das 7h às 17h. Na hora marcada, ele deixou o galpão enorme e de pouca ventilação - já não vestia macacão, apenas as botas de segurança, com o bico de ferro para evitar acidente. Na mão, um martelinho, hoje seu principal instrumento de trabalho como assistente de montador. Recebe R$ 900 por mês, menos do que os R$ 1.500 que ganhava como jogador de futebol.

Marcel Rizzo
Rafinha com a mãe Claudete, o pai Dorival, o amigo Neto e o irmão Diego, corintiano como Rafinha

Rafinha não gosta do trabalho na metalúrgica e está fazendo um curso de AutoCAD (programa de computador utilizado para a elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões e para criação de modelos tridimensionais). Em novembro, vai prestar prova para entrar no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), em usinagem convencional, e pretende ser torneiro mecânico, uma profissão “mais sofisticada, mais bem vista, que foi do presidente Lula”, segundo o garoto. Rafinha não ompletou o 2° grau. “Eu me arrependo de não ter estudado. Se eu quisesse, dava tempo. Mas moleque, jogando bola, você acha que vai ser o maior do mundo”.

O “dono” de Toledo

Maior do mundo Rafinha não era, mas podia se considerar o dono do Toledo dentro de campo aos 20 anos. Como ele mesmo definiu, estava “voando”. A bola era a esperança de um futuro confortável para ele e para a família (o pai Dorival, a mãe Claudete, os irmãos Diego e Cléber, que vivem em Mirassol, e para Lady). Hoje, a noiva e o filho dela de um primeiro relacionamento, são as únicas boas recordações que tem da cidade paranaense de 115 mil habitantes, que dá nome ao clube, distante 540 km de Curitiba.

O camisa 7 era o destaque de uma equipe ascendente no cenário paranaense e que começava a aparecer também fora do Estado. Bancada por duas empresas (a cervejaria Colônia e a Organização Work Serviços), o clube tinha dinheiro para investir em talentos e estrutura acima de média para o interior do Paraná – CT com quatro campos, por exemplo. Campeão da Copa do Interior de 2007, ganhou o direito de jogar a Série C em 2008.

“Não quero parecer 'mala', mas eu era o destaque do time. Eu que estava sempre à frente de todos, não deixava o time cair de produção, mesmo sendo um dos mais novos. Já tinha proposta para sair do Toledo, o clube perdeu dinheiro. Tudo acabou por causa da entrevista”, disse Rafinha. Meses antes, o clube tinha até preparado um DVD com algumas jogadas do atleta. Hoje, o vídeo está perdido no Youtube (veja as imagens abaixo).



Irno Picinini, presidente do Toledo, contou que o Fluminense pagaria R$ 500 mil para ficar com o jogador. O iG apurou que, na verdade, quem o compraria era a Unimed, empresa do ramo de planos de saúde que é a principal patrocinadora do clube carioca, mas que poderia colocá-lo inicialmente em outro time para ganhar experiência. “O Paraná Clube tentou me levar também, mas como o Irno estava esperando o Fluminense, não topou negociar”, disse Rafinha.

“Infelizmente, deu tudo errado. Não conseguimos vendê-lo por causa da eliminação”, afirmou Picinini. Ele gosta de frisar que gastou mais de R$ 100 mil com Rafinha até ele deixar o clube, em abril. “Contratei um advogado conhecido, o Marcelo Amoretty, que trabalhava no Inter. O jogador ficou recebendo. Mas, depois de tudo, decidimos liberá-lo porque ele fez o pedido e já tinha sofrido bastante”.

Picinini não foi tão bonzinho assim na liberação como conta. O presidente do Toledo fez Rafinha assinar uma procuração na qual 40% dos direitos econômicos do atleta são dele. Não do clube, de Picinini mesmo. Rafinha diz que, se quiser voltar a jogar, 30% do que receber terá que repassar ao dirigente. “Mas se ele arrumar um clube, eu libero ele dessa procuração sem problema nenhum. É um garoto novo, que pode ter sucesso ainda”, afirmou Picinini ao iG.

As lesões

O retorno ao futebol depois da absolvição foi difícil também por causa das lesões. Logo nos primeiros treinos, sofreu uma contusão no púbis, bem na época que o Toledo fez parceria com o São Paulo. Vários profissionais foram emprestados ao clube paranaense, inclusive o técnico Sérgio Baresi, hoje interino do profissional são-paulino. “Pouco joguei por causa da lesão”, disse Rafinha.

Emprestado ao Marília no segundo semestre de 2009, machucou o tornozelo direito. Problema de ligamento, não diagnosticado no primeiro exame feito no interior paulista. Quando retornou a Toledo, a dor não o permitia treinar. Feito novo exame, foi constatada a lesão. O Toledo estava com o time profissional inativo e não havia plano de saúde.

“Resolvi pagar do meu bolso. Fui ao médico, primeiro ele cobraria, depois disse que faria de graça, mas pelo SUS. Não pude colocar os ganchos, que normalmente são feitos nessa cirurgia, porque ficaria muito caro”, contou Rafinha. Ele garantiu que hoje poderia jogar normalmente, apesar da operação.

Há quem ainda tente ajudar Rafinha a continuar no futebol. Pérsio Rainho, ex-diretor do São Paulo que participou da parceria que o Toledo fez com o clube paulista em 2009, se aproximou do jogador depois da punição e disse, nesta semana, que ainda tenta arrumar um clube para o garoto (leia aqui). O ex-jogador é cético quanto a isso. “Se eu passar na prova para o Senai, aí que não escuto nem proposta. Quero estudar em ter uma profissão. Minha vida hoje é bem diferente. Já não penso mais naquela paixão de ser jogador. Foi passando aos poucos”. Aos 22 anos, ele é um ex-jogador precoce.



DIVERSÃO: Acidente fere 16 no Playcenter. 'Vi crianças sangrando', diz vítima

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Acidente no Playcenter fere 16 pessoas

Vítimas relatam ao iG como aconteceu o acidente no brinquedo Looping Star
 
Um acidente no brinquedo Looping Star, no parque de diversões Playcenter, na zona norte de São Paulo, deixou 16 pessoas feridas no início da tarde desta quinta-feira. As vítimas tiveram ferimentos leves, segundo a assessoria de imprensa do parque. Testemunhas contaram ao iG que dois carrinhos se chocaram no local de embarque da montanha-russa. "O primeiro carrinho ficou parado. Aí o segundo bateu duas vezes atrás. Com o choque, ficamos feridos", relata Rodrigo do Nascimento Amaral, de 10 anos.

Foto: Márcio Apolinário/iG
Rodrigo do Nascimento mostra os ferimentos e fala como foi o acidente

A montanha-russa foi interditada após apresentar problemas, mas o Playcenter permaneceu aberto. A assessoria informou que está apurando as causas do acidente. O Corpo de Bombeiros não foi acionado. O resgate dos feridos foi feito pela brigada do parque. Eles foram atendidos no ambulatório do local e encaminhados de ambulância ao Hospital Metropolitano.

Quinze feridos receberam alta no decorrer da tarde e uma menina, Nathália Lopes, está em observação por ter sofrido uma fratura no nariz e alguns ferimentos no rosto, de acordo com o Playcenter. Ela deve passar por cirurgia durante a manhã desta sexta-feira.

Foto: Futura Press
Acidente com o brinquedo Looping Star, no parque de diversões Playcenter, em São Paulo

Wilson Ferreira Costa, pai de Nathália Lopes Costa, disse que recebeu o telefonema da escola informando sobre o acidente de sua filha. “Ainda não sei direito o que aconteceu com ela. Ela está com o rosto muito inchado e será operada amanhã cedo, é a única coisa que sei. Me passaram poucas informações”, relatou o vigilante que também é avô de Maiara Lopes Santos, de 10 anos, envolvida no acidente.

A estudante Bianca de Oliveira Lima dos Santos, de 11 anos, foi ao Playcenter com uma excursão do Colégio Maria Dirce 2, de Guarulhos. Ela machucou o maxilar e foi atendida no Hospital Metropolitano. “Eu estava no meio do expediente e recebi uma ligação dizendo que minha filha tinha sofrido um acidente no parque. Me falaram que não havia acontecido nada de grave, mas resolvi ir ao Playcenter. De lá, me colocaram em um táxi para vir ao hospital. Encontrei minha filha com o queixo inchado", conta a mãe Elinalva Oliveira Lima.

Foto: Márcio Apolinário/iG
Bianca sofreu ferimentos no queixo

Ao iG, Bianca conta que o acidente envolveu dois carrinhos do Looping Star, uma espécie de montanha-russa. Um dos carrinhos se preparava para sair e o segundo estava chegando. "Só que o primeiro não saiu e os carrinhos se chocaram duas vezes. Vi crianças saindo sangrando e chorando. Uma amiga fraturou a clavícula e outra, o nariz", afirmou ela na porta do hospital.

"O meu nariz jorrava sangue", conta ao iG Rodrigo Amaral. Ele estava na mesma excursão de Bianca. De família carente, pai pedreiro e mãe empregada doméstica, foi a primeira vez que ele foi ao Playcenter. "Fizemos um sacrifício danado para pagar a excursão. Era o primeiro brinquedo que o Rodrigo ia. Ele ficou duas horas na fila e, no fim, teve o acidente", lamenta o pai Valdevino do Nascimento Amaral. A mãe, Márcia Ângela, tem problemas de pressão alta e passou mal ao receber a notícia. "Pensei no pior. Não sosseguei enquanto não vi meu filho", conta. Rodrigo bateu o nariz e sofreu fratura leve. Ele também foi atendido no hospital Metropolitano.

Em nota, o Playcenter diz que o equipamento passou por vistoria, manutenção e testes de segurança de rotina nesta quinta-feira. "Informamos que todas as vistorias pertinentes ao equipamento estavam rigorosamente em dia. Ressaltamos que as vistorias são feitas da seguinte forma: diariamente, check list para liberação de funcionamento; preventivamente, troca corretiva de peças para garantir o bom funcionamento dos brinquedos; semestralmente, laudos realizados por empresa terceirizada, com mais de 25 anos de atuação junto ao segmento, e que certifica a segurança e capacidade de operação dos brinquedos".

* Com informações da AE

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ELEIÇÕES: Vox/Band/iG: Dilma tem 51%, e Serra, 24%. Marina vai a 10%

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Vox Populi/Band/iG: Dilma mantém 51% e Serra segue com 24%

Marina Silva, do PV, chega a 10% e é a única presidenciável que cresceu em relação à pesquisa da semana passada

Gráfico
 
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, manteve a distância de 27 pontos sobre o tucano José Serra na mais recente pesquisa Vox Populi/Band/iG, divulgada nesta quinta-feira. Com 51% das intenções de voto, a ex-ministra da Casa Civil seria eleita logo no primeiro turno. Serra manteve os mesmos 24% apontados no levantamento do último dia 17. Em agosto, a distância entre eles era de 16 pontos.

Marina Silva (PV) foi a única presidenciável que avançou em relação à pesquisa anterior. Ela cresceu dois pontos percentuais e tem agora com 10% das preferências. O número de eleitores que não sabem ou não responderam à pesquisa agora é de 9% - contra 11% da semana passada. Brancos e nulos somam 5%. Juntos, os demais candidatos têm 1%.

A pesquisa tem margem de erro de 1,8 ponto percentual e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 31.705/10. O instituto ouviu 3.000 pessoas, de 219 municípios, entre os dias 18 e 21 de setembro.

De acordo com o instituto, Dilma aparece à frente dos rivais em todas as faixas etárias, sociais e regionais pesquisados pelo instituto. A candidata petista tem o melhor desempenho entre eleitores do Nordeste, onde ela recebe 67% das intenções de voto – contra 16% de Serra e 7% de Marina. A distância entre Dilma e os rivais é menor no Sul. Na região, ela tem 42% das preferências, contra 37% de Serra (melhor cenário do tucano) e 6% de Marina.

Dilma é a candidata favorita de eleitores entre 16 e 24 anos (tem 56% das intenções de voto), que vivem em municípios pequenos (59%), que estudaram entre a quinta e a oitava série (58%) e que ganham até um salário mínimo.

Já Serra encontra tem seu melhor desempenho entre eleitores entre 40 e 49 anos (26%), com ensino superior (29%) e que ganham mais de cinco salários mínimos (28%). Entre os eleitores com ensino superior, Marina obtém seu melhor desempenho: 22%.

Na pesquisa espontânea, quando o nome dos candidatos não é apresentado aos eleitores, Dilma é citada por 44% dos entrevistados. Serra é lembrado por 21% dos eleitores e Marina, 9%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é citado ainda por 1% dos eleitores.

Fonte: www.ig.com.br

ELEIÇÕES: Busca por votos, Lula reforça presença em São Paulo na última semana de campanha

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Lula reforça presença em São Paulo na última semana de campanha



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçará sua presença na campanha paulista nesta última semana. Amanhã, Lula participa de evento na BM&F/Bovespa e segue para Porto Alegre.

De lá, retorna para São Paulo e passa o fim de semana em São Bernardo do Campo – ainda sem previsão de fazer campanha para o candidato do PT ao governo, Aloizio Mercadante.

Mas Mercadante não terá do que reclamar.

Na segunda-feira, Lula tem agenda no interior paulista, em Barra Bonita e outros municípios da região da cana-de-açúcar, onde inaugura usinas e, já que vai estar em São Paulo mesmo, participa do último comício de Dilma Rousseff, que deve ocorrer no Sambódromo.

Na terça, Lula despacha em Brasília. Na quarta, deve ir a Aracajú dar uma força para a reeleição do governador do Sergipe, Marcelo Déda.

O que não estava na agenda é uma volta de Lula a São Paulo no dia 30, no fim da tarde, para um evento em São Bernardo do Campo e ainda uma visita a Campinas, na sexta-feira, dia 1º.

E aí o presidente já fica em São Paulo mesmo até o dia de votar, como de costume, no Colégio Dr. João Firmino Ferreira de Araújo, em São Bernardo

Fonte: www.ig.com.br

POLÍTICA: Dilma pede, e polícia faz vistoria antibomba em local de debate

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Polícia confirma a solicitação, mas pondera que o serviço foi feito em prol da segurança de todos os candidatos

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, solicitou à Polícia Federal uma varredura antibomba no auditório onde será realizado o debate entre os presidenciáveis na noite desta quinta-feira em Brasília.

Duas horas antes do debate, três policiais federais e um cachorro pastor alemão vistoriaram o palco e os bastidores do auditório da Universidade Católica de Brasília. O evento é promovido pela instituição em parceria com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Questionado pelo iG, um dos policiais confirmou que a varredura foi feita a pedido de Dilma, mas visou garantir a segurança dos demais candidatos a presidente. “O pedido original surgiu da Dilma, mas a gente fez para todos”, disse o policial.

O debate está marcado para as 21h30 e terá transmissão ao vivo pela internet e pelas emissoras televisão da rede católica. Além de Dilma, o evento contará com as presenças de José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).




MÍDIA ULTRAPASSADA: O fim um ciclo em que a velha mídia foi soberana

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O fim um ciclo em que a velha mídia foi soberana

Enviado por luisnassif, sab, 18/09/2010 - 07:20 Dia após dia, episódio após episódio, vem se confirmando o cenário que traçamos aqui desde meados do ano passado: o suicídio do PSDB apostando as fichas em José Serra; a reestruturação partidária pós-eleições; o novo papel de Aécio Neves no cenário político; o pacto espúrio de Serra com a velha mídia, destruindo a oposição e a reputação dos jornais; os riscos para a liberdade de opinião, caso ele fosse eleito; a perda gradativa de influência da velha mídia.

O provável anúncio da saída de Aécio Neves marca oficialmente o fim do PSDB e da aliança com a velha mídia carioca-paulista que lhe forneceu a hegemonia política de 1994 a 2002 e a hegemonia sobre a oposição no período posterior.

Daqui para frente, o outrora glorioso PSDB, que em outros tempos encarnou a esperança de racionalidade administrativa, de não-sectarismo, será reduzido a uma reedição do velho PRP (Partido Republicano Paulista), encastelado em São Paulo e comandado por um político – Geraldo Alckmin – sem expressão nacional.


Fim de um período odioso

Restarão os ecos da mais odiosa campanha política da moderna história brasileira – um processo que se iniciou cinco anos atrás, com o uso intensivo da injúria, o exercício recorrente do assassinato de reputações, conseguindo suplantar em baixaria e falta de escrúpulos até a campanha de Fernando Collor em 1989.

As quarenta capas de Veja – culminando com a que aparece chutando o presidente – entrarão para a história do anti-jornalismo nacional. Os ataques de parajornalistas a jornalistas, patrocinados por Serra e admitidos por Roberto Civita, marcarão a categoria por décadas, como símbolo do período mais abjeto de uma história que começa gloriosa, com a campanha das diretas, e se encerra melancólica, exibindo um esgoto a céu aberto.

Levará anos para que o rancor seja extirpado da comunidade dos jornalistas, diluindo o envenenamento geral que tomou conta da classe.

A verdadeira história desse desastre ainda levará algum tempo para ser contada, o pacto com diretores da velha mídia, a noite de São Bartolomeu, para afastar os dissidentes, os assassinatos de reputação de jornalistas e políticos, adversários e até aliados, bancados diretamente por Serra, a tentativa de criar dossiês contra Aécio, da mesma maneira que utilizou contra Roseana, Tasso e Paulo Renato.


O general que traiu seu exército

Do cenário político desaparecerá também o DEM, com seus militantes distribuindo-se pelo PMDB e pelo PV.

Encerra-se a carreira de Freire, Jungman, Itagiba, Guerra, Álvaro Dias, Virgilio, Heráclito, Bornhausen, do meu amigo Vellozo Lucas, de Márcio Fortes e tantos outros que apostaram suas fichas em uma liderança destrambelhada e egocêntrica, atuando à sombra das conspirações subterrâneas.

Em todo esse período, Serra pensou apenas nele. Sua campanha foi montada para blindá-lo e à família das informações que virão à tona com o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr e da exposição de suas ligações com Daniel Dantas.

Todos os dias, obsessivamente, preocupou-se em vitimizar a filha e a ele, para que qualquer investigação futura sobre seus negócios possa ser rebatida com o argumento de perseguição política.

A interrupção da entrevista à CNT expôs de maneira didática essa estratégia que vinha sendo cantada há tempos aqui, para explicar uma campanha eleitoral sem pé nem cabeça. Seu argumento para Márcia Peltier foi: ocorreu um desrespeito aos direitos individuais da minha filha; o resto é desculpa para esconder o crime principal.

Para salvar a pele, não vacilou em destruir a oposição, em tentar destruir a estabilidade política, em liquidar com a carreira de seus seguidores mais fiéis.

Mesmo depois que todas as pesquisas qualitativas falavam na perda de votos com o denuncismo exacerbado, mesmo com o clima político tornando-se irrespirável, prosseguiu nessa aventura insana, afundando os aliados a cada nova pesquisa e a cada nova denúncia.

Com isso, expôs de tal maneira a filha, que não será mais possível varrer suas estripulias para debaixo do tapete.


A marcha da história

Os episódios dos últimos dias me lembram a lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim. Dejetos, lixo, figuras soturnas, almas penadas, todos sendo varridos pela água abundante e revitalizadora da marcha da história.

Dia após dia, mês após mês, quem tem sensibilidade analítica percebia movimentos tectônicos irresistíveis da história.

Primeiro, o desabrochar de uma nova sociedade de consumo de massas, a ascensão dos novos brasileiros ao mercado de consumo e ao mercado político, o Bolsa Família com seu cartão eletrônico, libertando os eleitores dos currais controlados por coronéis regionais.

Depois, a construção gradativa de uma nova sociedade civil, organizando-se em torno de conselhos municipais, estaduais, ONGs, pontos de cultura, associações, sindicatos, conselhos de secretários, pela periferia e pela Internet, sepultando o velho modelo autárquico de governar sem conversar.

Mesmo debaixo do tiroteio cerrado, a nova opinião pública florescia através da blogosfera.

Foi de extremo simbolismo o episódio com o deputado do interior do Rio Grande do Sul, integrante do baixo clero, que resolveu enfrentar a poderosa Rede Globo.

Durante dias, jornalistas vociferantes investiram contra UM deputado inexpressivo, para puni-lo pelo atrevimento de enfrentar os deuses do Olimpo. Matérias no Jornal Nacional, reportagens em O Globo, ataques pela CBN, parecia o exército dos Estados Unidos se valendo das mais poderosas armas de destruição contra um pequeno povoado perdido.

E o gauchão, dando de ombros: meus eleitores não ligam para essa imprensa. Nem me lembro do seu nome. Mas seu desprezo pela força da velha mídia, sem nenhuma presunção de heroísmo, de fazer história, ainda será reconhecido como o momento mais simbólico dessa nova era.


Os novos tempos

A Rede Record ganhou musculatura, a Bandeirantes nunca teve alinhamento automático com a Globo, a ex-Manchete parece querer erguer-se da irrelevância.

De jornal nacional, com tiragem e influência distribuídas por todos os estados, a Folha foi se tornando mais e mais um jornal paulista, assim como o Estadão. A influência da velha mídia se viu reduzida à rede Globo e à CBN. A Abril se debate, faz das tripas coração para esconder a queda de tiragem da Veja.

A blogosfera foi se organizando de maneira espontânea, para enfrentar a barreira de desinformação, fazendo o contraponto à velha mídia não apenas entre leitores bem informados como também junto à imprensa fora do eixo Rio-São Paulo. O fim do controle das verbas publicitárias pela grande mídia, gradativamente passou a revitalizar a mídia do interior. Em temas nacionais, deixou de existir seu alinhamento automático com a velha mídia.

Em breve, mudanças na Lei Geral das Comunicações abrirão espaço para novos grupos entrarem, impondo finalmente a modernização e o arejamento ao derradeiro setor anacrônico de um país que clama pela modernização.


As ameaças à liberdade de opinião

Dia desses, me perguntaram no Twitter qual a probabilidade da imprensa ser calada pelo próximo governo. Disse que era de 25% - o percentual de votos de Serra. Espero, agora, que caia abaixo dos 20% e que seja ultrapassado pela umidade relativa do ar, para que um vento refrescante e revitalizador venha aliviar a política brasileira e o clima de São Paulo.

Autor: Luis Nassif
Fonte: Blog de luisnassif